Ao longo de muitos anos, quando esboçava conversas com algumas pessoas, todos tinhamos ideia que aqui o país hermano era uma economia forte.
Lembro-me de a Peseta estar mais fraca do que o Escudo, de passar a ficar mais forte e de ver os espanhois com grandes vidas em Portugal durante as férias.
Imagine-se que o Presidente do Governo Espanhol, Luis Zapatero, o José Socretes daqui desta malta, sugeriu à União Europeia que seguisse o "sólido" esquema económico de Espanha para fugir à crise mundial.
Pois bem, esse "sólido" esquema económico é tão sólido como as construções que erguem.
A economia Espanhola é como aquelas empresas onde existem dois ou três sócios, mas apenas um tem capital para ir aguentando a coisa. Quando esse pilar principal se cansa de investir e resolve sair, a empresa cai.
A economia espanhola tem como principal pilar a construção civil. Construiu-se muito internamente, vendeu-se bastante e todos os restantes sectores economicos foram velejando ao sabor da maré.
Nos últimos cinco, seis anos, o preço da habitação teve um aumento brutal, estando agora as casas sobre-valorizadas em cerca de 40 %. Como não havia crise financeira, tudo foi andando normalmente bem camuflado. Entenda-se economia. Acontece que a tal "desacelaração" financeira afinal era a crise mundial que estava a chegar. O pilar principal foi atingido. O número de "parados"(desempregados) começou a aumentar de forma vertiginosa, as empresas de construção civil mais pequenas e muitas outras interligadas ao ramo começaram a fechar e a "sólida" economia espanhola começou a caír de uma forma tão violenta (como ainda está), levando todos os outros sectores economicos à queda desgovernada.
Neste momento Espanha tem mais de 3 200 000 desempregados inscritos nas "Oficines del Trabajo" (Centros de Emprego).
A venda de casas novas tem vindo a ter quedas de cerca 20% ao mês, e muitas são as pessoas que deixam de ter capacidade para pagar prestações bancárias de € 1200 mensais. Muitos optam por entregar as casas às entidades bancárias que concederam empréstimo. Estas por sua vez, estão-se a ver a ficar com uma pasta de casas usadas, coisa que aos bancos não lhes interessa. Não recebem o dinheiro emprestado e não vendem as casas porque já não concedem empréstimos. Do meu ponto de vista... como outro qualquer, a coisa está para piorar...
Agora, onde antes estava o discurso do optimismo, vê-se o discurso "Barrosista e Socratista" do "temos de apertar o cinto que a coisa para o ano já melhora". Mais uma vez lhes vão enganando como a nós nos têm andado a fazer ao longo destes anos com tanta incompetência governamental.
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