quarta-feira, janeiro 29, 2014

O valor das praxes



Muito se tem falado ultimamente sobre as praxes, para que servem, o que são e qual a linha que separa uma boa praxe de um mau comportamento ditatorial estudantil, onde a frustração de uma educação deficiente ou a falha na consolidação de amor-próprio, auto-estima e percepção social de integração de novos elementos leva a que se actue de forma despropositada e inapropriada, apenas comparado aos campos de concentração nazi.

Os DUX, elementos no topo da hierarquia estudantil, têm a obrigação de controlar as praxes com uma lucidez capaz de fazer perceber aos mais "novos" que o respeito hierárquico não se obtém pela força, agressão e humilhação de outros, mas sim pelo bom exemplo, disponibilidade e diferença positiva.

Uma praxe serve para cooperar na integração de um novo elemento num meio social que ele desconhece, mostrando-lhe os lugares que ele pode frequentar e os que não deve arriscar uma viagem, apresentando-o às pessoas que o podem ajudar sempre que se sinta ausente e distante, assim como para demonstrar que os estudantes são uma família unida que remam no mesmo sentido.

No entanto, a actualidade mostra-nos algo muito diferente. Mostra-nos uma comunidade estudantil frustrada, deprimida e sem rumo. Uma comunidade estudantil que deposita a sua ira em elementos hierárquicos mais novos, como se isso lhes desse um poder extremo, uma segurança social que não sentem.Hoje deparamo-nos com uma comunidade estudantil tão bera que se equivale às tropas nazis das SS em toda a sua atitude e comportamento.

Quando se debate se as praxes devem ser abulidas e proibidas, a resposta é certamente que não. No entanto deverá fazer-se uma reflexão profunda e real sobre o que são realmente as praxes e o que se pretende com elas. Humilhar e agredir não é praxe; é um distúrbio emocional que deve ser tratado. Não é possível nem admissível que sociedades secretas vagueiem no seu estudantil com intuitos nefastos para a comunidade.

Todos já percebemos o que aconteceu na praia do Meco. Mas apenas se poderá concluir com a certeza desejada se o único sobrevivente deixar de lado a sua "amnésia selectiva", que muito jeito dá nestes momentos e falar a verdade. Se assim não for...

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