sexta-feira, fevereiro 21, 2014
Voo infantil
Para mim, andar de avião, não me aquece nem arrefece. Aliás, é algo que me dá tremenda seca, uma vez que parece que a coisa vai parada. Quando ando de avião o que mais aprecio é quando a aeronave desliza pela pista, ganhando velocidade e levanta voo. É uma sensação quimérica. Ou então na fase final, descendente, quando se faz à pista e se sente a força da travagem.
Mas, um dia, quando viajamos em família, em pleno voo, estava a minha filha sentada e ao seu lado um jovem rapaz que apresentava uma cara de quem não se sentia muito confortável a viajar a muitos metros acima do solo. A pequenita, que tinha apreciado o arranque e a descolagem, não estava muito entusiasmada com aquela pasmaceira lá em cima. Vai daí, vira-se para a mãe e pergunta;
«mãe, e agora quando é que isto cai?»
Foi como se tivesse visto um terrorista sentado ao lado dele. O rapaz olhou para ela e, agora, apresentando uma cara de horror, certamente pensava;
«Esta miúda é maluca. Isto não deve cair, mas sim aterrar.»
Parece que para muita gente andar de avião é algo que aterroriza os mais profundos e emboçados temores, trazendo-os à tona como azeite em água.
Foto: Boeing
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