Para quem gosta de escrever - e cada um escreve aquilo que deseja e cada um lê aquilo que quer - existem dois artefactos que não podem falhar, como se de uma droga se tratasse; um pedaço de papel e uma caneta ou lápis. No meu caso, não pode falhar o caderno de capas pretas. Não ter presente estes dois utensílios cria um vazio difícil de combater, uma vez que as ideias de escrita surgem a qualquer momento, a qualquer momento, acompanhadas pelas palavras correctas para as descrever - pelo menos essa é a ideia do momento, que mais tarde, muitas vezes, percebo que têm de ser substituídas, como aquele treinador que organiza a sua equipa, mas momentos antes do jogo sente que a troca de um outro jogador trará mais robustez ao seu conjunto - e têm de ser implementados na hora, sob pena da traiçoeira memória nos afastar daquela composição literária.
De tal forma assim é, que muitas são as vezes em que a caminho de casa imobilizo o meu carro e de caderno e caneta em punho rabisco uma ideia, uma observação, uma dissertação, três ou quatro versos que irão compor o conjunto de um poema.
Não sou articulista - já fui, há muitos anos atrás - nem um colunista; nem todos o podemos ser, ou porque não temos os conhecimentos/ contactos certos, ou porque socialmente não somos influentes, ou porque o conteúdo da nossa escrita não apresenta qualidade ou a qualidade que outros desejem ou avaliem. E como assim é, nos dias de hoje a minha escrita limita-se a este caderno preto e ao Blog que vou mantendo - Devaneios Urbanos... duma Caneta Indiscreta - que, para além de mim, e eventualmente lido por mais duas ou três almas que nele tropeçam.
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