Um dos problemas que temos em Portugal - não sendo nós um país racista ou xenófobo, mas tendo entre nós, sociedade, comunidades de "navegantes" racistas e xenófobos que vivem num cobarde silêncio ou surdina que "apenas" se manifesta em comentários depreciativos, ignorantes e ignóbeis, quando se encontram em manada com os seus pares, escondidos atrás de máscaras ou protegidos por uma qualquer hierarquia - é continuarmos a classificar as minorias como minorias e aceitar comportamentos impróprios dessas mesmas minorias como sendo "comportamentos culturais", ao invés de haver uma orientação para padrões sociais adequados aos padrões de princípios de uma sociedade democrática.
Não estou de modo algum a negar alguns comportamentos sócio-culturais. No entanto, esses, jamais poderão colocar em causa princípios de respeito, educação, liberdade e segurança dos demais. Pois muitos dos comportamentos sócio-culturais que não se encontram dentro destes padrões, são os que dão asas ao surgimento de atitudes racistas ou xenófobas.
Pensar-se que é possível exterminar os comportamentos racistas ou xenófobos, é uma verdadeira utopia. E é-o, não por ser impossível fazer perceber que a cor da epiderme ou a diferença dela entre pessoas se deve ao facto de a origem do ADN estar associado a um ser humano - que tem um genoma igual a qualquer outro ser humano - oriundo do continente africano, continente que se encontra mais perto do sol, onde os seus habitantes desenvolvem uma melanina, cuja principal função é a pigmentação da epiderme e protecção contra a radiação solar.
Os primeiros responsáveis no combate à dissipação do racismo e xenofobia ou qualquer outra forma de discriminação social, é a classe politica - Governo e Deputados da Nação - pois cabe-lhes, contrariamente à actual realidade, actuarem - não com o discurso inflamado que Joacine Katar proferiu em plena manifestação contra o racismo - de forma altruísta, com acções profiláticas e práticas, e não apenas com intenções de retórica.
É da responsabilidade do Governo desenvolver politicas sociais exequíveis, capazes de promover a igualdade entre pares - o que não acontece actualmente - e com isso acabar com a sensação que uns são filhos e outros enteados. Veja-se o caso da desigualdade de tratamento ocorrido no Bairro da Jamaica onde, a ocorrência de combate a um possível surto, passou uma imagem de discriminação para com aquelas pessoas que vivem em situação precária e desumana e que facilmente poderia ter sido visto como um acto racista para aquela comunidade, maioritariamente, de cor negra.
Com os novos surtos a surgirem um pouco por todo lado, bem mais volumosos em número de casos, vou estar atento ao número de agentes fortemente armados que as entidades oficiais vão deslocar para esses locais - veja-se nas festas privadas que têm estado a ocorrer, onde os policias advertem através de megafone (e bem para se protegerem) - assim como quantas portas vão encerrar com recurso a soldadura.
Matter Luther King III acredita, 60 anos depois, já com um presidente afro-americano eleito e com um presidente neo-nazi no poder, que o sonho do seu pai ainda é possível. E os norte-americanos em que é que acreditam? E a comunidade internacional e as suas instituições democráticas, acreditam numa contagem de votos limpa nas próximas eleições norte-americanas?
Imagem: PSAC
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