quinta-feira, setembro 01, 2016

O jogo da picardia



O regresso da Liga Portuguesa de Futebol, traz consigo aquela sensação agridoce; são as pessoas que passam a ter de gravar as suas novelas - as que passam durante os jogos - e posteriormente vê-las - quando o marido tem canais pagos em casa - e as diferenças clubísticas, mesmo entre amigos, que proporciona fantásticos momentos de picardia, provocações, azedumes e humor.


Para lá das linhas do jogo, não é desporto que se pratica, é adeptismo. Vê-se a coisa com olhos diferentes, cujas perspectivas fazem com que se avaliem acontecimentos diversos de forma diferente; e haverá nesta diferença de análise falta de sensatez e seriedade? - Grande parte das vezes não! O que há é vontade de irritar o outro, de o ver num estado de desiquilíbrio emocional momentâneo, de loucura controlada, de paixão exponencial, de felicidade a uma causa... de clubite! - Para depois, mais ou menos dois ou três dias depois, tudo voltar `estaca zero, na preparação do novo jogo, de novos conflitos, ataques pessoais, desvirtualizando o jogo das emoções.

E quando isso acontece, toda a acção transborda o aceitável, surgindo as ofensas pessoais, as agressões morais e em casos mais extremos físicas, quebrando tantas outras vezes a união da amizade. E quando se chega a este ponto, o jogo do adepto perde todo o interesse, porque houve alguém que não o sabe jogar.

Mas quando quem joga conhece as regras e as respeita, o jogo torna-se interessante, atractivo e pleno de humor. Consegue-se interactividade entre os diferentes adeptos e, no final, enterramos os machados de guerra e erguem-se as taças num brinde à amizade, companheirismo e fraternidade.

Afinal, se todos fossemos adeptos do mesmo clube, a coisa não tinha piada. Com quem íamos picardiar? Deixavam de haver picardias. E, depois, se todos fossem vencedores, onde colocaria o GLORIOSO S.L. Benfica tanta gente?

Até as equipas menores e pequenas merecem ter alguns adeptos!

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