sexta-feira, outubro 28, 2016
# A geração perdida e o holocausto intelectual
Dizem que a vida é uma evolução permanente e que as sociedades modernas vão acompanhando estas características a par e de braço-dado com a tecnologia e o seu crescimento.
Acontece que, o que pensamos ser, em bastantes situações, um avanço tecnológico, na verdade não passa de um fantasma mascarado de progresso; vejam-se os exemplos da literatura e da sociabilidade entre seres.
A sociedade humana não tem um progresso intelectual; não a portuguesa, que é primeiramente aquela que a nós diz respeito. A sociedade onde nos movimentamos, mesclamos e tentamos interagir, sofre de um atrofio intelectual, moral e de valores, princípios, que faz com que esta geração esteja perdida, sem um rumo bem traçado ou até idealizado.
Somos o reflexo daquilo que querem que sejamos. Numa sociedade de consumo, tudo é feito para nos tornemos dependentes de algo. E se nos anos oitenta e principio dos anos dois mil a sociedade portuguesa foi tornada dependente do veneno financeiro injetado pela banca com a corroboração de um Estado falido, tal como um toxicodependente e um alcoólico, inicialmente se sentem maiores, confiantes, poderosos e imunes, também as famílias se sentiram ricas e capazes de efectuar altos voos, a determinado momento o chão foge debaixo dos pés e uma queda vertiginosa, sem rede de apoio, inicia-se, sem que haja expectativas de fundo.
Se naquelas décadas assim foi, com o colapso financeiro das famílias e das pessoas, sem capacidade para comprarem, houve necessidade de criar a essas famílias e pessoas uma nova dependência... a dependência intelectual e de valores morais.
A sociedade portuguesa é, por defeito, composta por uma falange de pessoas cuja característica moral passa pela "cusquice, intriguice e devassa" da vida alheia. Adoram saborear o acre do sangue e da desgraça, quais vampiros dominadores... de nada!
E se esse é o elemento que lhes sasseia a fome, há que tirar proveito disso, oferecendo-lhes tal alimento, em troca da estupidificação.
Quando programas - que dizem de ser de entretenimento - como Big Brother, Casa dos Segredos, Quinta dos famosos e outros, passam a fazer parte da rotina diária de um ser humano, a estupidificação está garantida, a dependência também e o negócio é um sucesso.
Quando gente sem vida própria, tempo desocupado e sem a minima vontade de exercer uma leitura válida, domina na perfeição a vida de terceiros, tantas vezes guionadas por especialistas da mente, nada de bom se pode esperar.
E para completar o ramalhete, lançam-se para o mercado pseudo-artistas e pseudo-programas de interesse social que, com o fenómeno das redes sociais, tornam viral a demência colectiva.
A sociedade portuguesa e a geração perdida, estão à beira do holocausto intelectual e moral.
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