Quando À noite me consigo sentar no meu sofá a ver o noticiário, estou sempre à espera que, a qualquer momento surja uma ou outra notícia sobre os trabalhos parlamentares portugueses, as discussões, as faltas de educação, as mesquinhices e o esgrimar de argumentos sem qualquer tipo de argumentação, que apenas servem para justificar um lugar no Governo ou um lugar numa qualquer bancada parlamentar.
Se há merdas que me chateiam é a perda de tempo - porque tempo é dinheiro - que vejo, por vezes, acontecerem, seja ali, seja em qualquer outro local ou actividade. E se ali acontece tanta perda de tempo entre o tempo que aquela gente ali passa.
Ultimamente tenho assistido a uma novela ao redor do que o Ministro das Finanças disse ou deixou de dizer num qualquer dia em que esteva ali presente a responder a uma qualquer coisa sobre a CGD.
E tudo o que se tem feito nada mais é do que perder tempo com algo que não interessa, uma vez que, se mentiu, nada mais fez do que todos aqueles que ali estão já fizeram ou fazem diáriamente... mentem!
Mas o que me irrita não é o facto de eles mentirem. Isso é algo normal, curriqueiro, a que já estamos habituados, por parte daqueles espécimens. O que mais me irrita, é o facto de haver tanto para discutir e fazer por este país, por este povo, por esta gente. Tanto a fazer, que não se vai fazendo.
O que mais me irrita, é assistir a posturas impróprias, de arrogância, de despesismo, de incapacidade de pensamento, que aquela gente ali apresenta. O que mais me custa e irrita, é perceber que este país está tão parado em ideias uteis - leia-se, ideias colocadas em prática - substituídas por uma inércia mental assustadora.
Um sistema de educação sustentável
Se há algo que eu gostaria de ver discutido, sem aquelas complicações que os parlamentares gostam de aplicar, no sentido de alongar as decisões, era a discussão de um sistema de educação auto-sustentável.Tenho a minha ideia sobre o assunto. É claro que ninguém vai querer saber do meu argumento, mas como este espaço é meu, escrevo-o. E a minha ideia de uma educação auto-sustentável, capaz de fazer com que os pais não tenham que empenhar uma vida com a educação dos seus filhos, de uma forma tão bárbara, proporcionando a todos aqueles que querem estudar capacidade para tal, passa pela aplicação de um sistema educacional onde os alunos pagam os seus estudos, não enquanto estudantes, mas posteriormente enquanto trabalhadores, produtores de riqueza. Passo a explicar:
Inicialmente teria de haver um investimento do Estado. Teriam de ser criados "Campus Universitários" equipados com todo o material capaz de proporcionar uma boa aprendizagem e um ensino por excelência.
Para cada curso seria estipulado um determinado número de anos, com acréscimo de mais um terço, se necessário - uma vez que nem todos têm o mesmo ritmo de aprendizagem. Nesses campo, para além das salas de estudo, refeitórios, dormitórios, bibliotecas e afins.
Os alunos que quisessem seguir os estudos universitários teriam acesso ao curso que desejavam, tendo em atenção as vagas criadas, de acordo com o que o mercado tinha capacidade de absorver - este é outro problema que deveria ser discutido - e, após terminarem a sua formação, assim que integrassem o mercado de trabalho, descontariam, no seu valor de IRS, uma determinada percentagem, ao longo de um determinado número de anos, afim de liquidarem o valor investido pelas faculdades na sua formação.
Estamos atrasados duas décadas e, quanto mais tarde começarmos, mais atrasos estaremos. Esta era a minha solução. Depois, paralelamente, para que não houvesse desperdícios, os salários dos professores e dos gestores dos Campus estariam sujeitos a um tecto, não sendo admissível ajudas de custos ou outros.
Pode colocar-se a questão: E se, quando trabalhadores, fossem laborar para um outro país?
A resposta é simples: Teria de haver protocolos entre países, no sentido de serem retidas as respectivas verbas e direccionadas para o país de origem.
Este era um tema que eu gostaria de ver ser discutido na Assembleia da Republica, assim como o problema do custo dos manuais escolares no ensino básico e secundário. Gostava de ver discutido, com elevação e vontade de todos em encontrar uma solução, o problema do lobby que existe na edição dos manuais escolares.
Estarão os senhores parlamentares interessados, ou dentro de algum tempo iremos assistir a mais uma novela de milhões de euros que vão navegando entre amigos e paraísos fiscais?
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