Infelizmente, tenha qual sido a causa do referido acidente, temos a lamentar mais uma perca de um Soldado da Paz que saíu de casa para ajudar quem não conhecia, assim como temos a lamentar mais uns quantos feridos graves.
A questão que muitos colocam é, se não terá visto o condutor a pedra. A minha experiência diz-me que , eventualmente, não terá visto. Passo a explicar.
Espero estar muito enganado, mas até ao final do Verão ainda vamos continuar a ouvir que houve mais acidentes com veículos dos bombeiros.
Voltemos um pouco atrás.
90% dos estímulos que recolhemos acontecem através da visão. Se algo a afectar, muitos então serão os estímulos pertinentes que não vão ser recolhidos.
O Cansoço e a Sonolência são grandes inimigos do bom estado físico e psicológico dos condutores. Na situação dos Bombeiros, o cansaço é acrescido devido à falta de horas de sono, débil alimentação, perca de líquidos não repostos e excesso de calor.
Este cansaço vai fazer com que diminua a acuidade visual (capacidade de focar um objecto), diminua a visão periférica (lateral), passando o condutor a estar com uma visão em túnel.
A capacidade de avaliar os poucos estímulos que o condutor vai recebendo é muito baixa, levando a um aumento do tempo de reacção. Os erros humanos são mais do que prováveis.
De quem é a culpa?
Diz o Código da Estrada que é responsável quem pratica os actos (condutor), caindo no entanto também a culpa no superior hierárquico que permite que outro conduza sem que se apresente em condições para tal.
As horas seguidas e as condições em que se encontravam aqueles e outros Bombeiros, pode levar à situação acontecida.
É muito provável que ainda possamos escutar que houve acidente entre dois veículos dos Bombeiros, uma vez que num teatro de operações desta natureza a coordenação de posição dos veículo é deficiente.
Num incêndio onde estiveram 500 operacionais, deveria-se adoptar uma estratégia de rotatividade de meios, ou seja, dividir os 500 homens e suas viaturas em dois grupos que operariam em turnos de 7 horas no ataque ao incêndio, sendo que a 6ª hora estaria sempre ocupada pelo grupo que está para sair e o grupo que está a entrar. Desta forma cada grupo descansaria 6 horas antes de voltar ao teatro de operações.
Haveria maior eficácia, operacionais fisicamente melhor preparados, menor possibilidade de erro, veículos menos desgastados.
Claro que quem diz isto é um "iluminado" qualquer que há quem diga só quer vender formação.
No terminar este artigo, há a lamentar mais uma perca de vida. Pêsames à familia da Bombeira e ao Corpo de Bombeiros
1 comentário:
Caro jorge ortola.
Também eu frequento o bombeiros para sempre, e concordo com tudo o que voce diz, sem dúvida.
Já agora como vovce é uma pessoa informada.
Por acaso viu o programa de hoje à noite na rtp n ( quart-feira) sobre os incendios florestais que deu às 22?
Eu apenas vi a parte final, mas estava lá o fernado curto que fez o discurso do costume, o Sande Sila, um tipo que tem uma série de artigos sobre esta temática, o moreira da silva, este defendoiu minimamente os bombeiros.
E estava lá outro indivisuo, que eu não fui capza de saber quem era, um tipo de olhos azuis, que lançou um livro sobre a temática da prevenção e combate e que apresenta como solução para Portugal o seguinte, tome note:
- primeiro retirar imediatmante os bombeiros voluntários do cvombate aso fogos florestais.
- copiar para Portugal o modelo andaluz decombate a fogos florestais, e eu pergunto o que é que há para arder na andaluzia?
Nada ou muito pouco, mais o menos o que há para arder no alentejo, onde também não há grandes incendios.
- Por fim, substituir os bombeiros por profissionais, nomeadamente por gip's da gnr e uma força de raiz profissional de sapadores florestais, vejam só querem mesmo acbar com os bombeiros voluntários, isto é serio, temos que nos por finos.
Deve ter sido o senhor Rui Pereira do MAI que o mandou escrever este livro.
Sabe-me dizer o nome deste senhor?
agradecia, é que pelos vistos lançou um livro e eu queria saber qual é o livro que esta "inteligencia" lançou.
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