quarta-feira, agosto 11, 2010

Repouso, necessita-se

Segundo avança o jornal "Diário das Beiras", a causa do acidente que vitimou mais um bombeiro teve origem numa pedra onde o veículo terá batido.

Infelizmente, tenha qual sido a causa do referido acidente, temos a lamentar mais uma perca de um Soldado da Paz que saíu de casa para ajudar quem não conhecia, assim como temos a lamentar mais uns quantos feridos graves.

A questão que muitos colocam é, se não terá visto o condutor a pedra. A minha experiência diz-me que , eventualmente, não terá visto. Passo a explicar.

Espero estar muito enganado, mas até ao final do Verão ainda vamos continuar a ouvir que houve mais acidentes com veículos dos bombeiros.

Voltemos um pouco atrás.

90% dos estímulos que recolhemos acontecem através da visão. Se algo a afectar, muitos então serão os estímulos pertinentes que não vão ser recolhidos.

O Cansoço e a Sonolência são grandes inimigos do bom estado físico e psicológico dos condutores. Na situação dos Bombeiros, o cansaço é acrescido devido à falta de horas de sono, débil alimentação, perca de líquidos não repostos e excesso de calor.

Este cansaço vai fazer com que diminua a acuidade visual (capacidade de focar um objecto), diminua a visão periférica (lateral), passando o condutor a estar com uma visão em túnel.
A capacidade de avaliar os poucos estímulos que o condutor vai recebendo é muito baixa, levando a um aumento do tempo de reacção. Os erros humanos são mais do que prováveis.
De quem é a culpa?

Diz o Código da Estrada que é responsável quem pratica os actos (condutor), caindo no entanto também a culpa no superior hierárquico que permite que outro conduza sem que se apresente em condições para tal.

As horas seguidas e as condições em que se encontravam aqueles e outros Bombeiros, pode levar à situação acontecida.

É muito provável que ainda possamos escutar que houve acidente entre dois veículos dos Bombeiros, uma vez que num teatro de operações desta natureza a coordenação de posição dos veículo é deficiente.

Num incêndio onde estiveram 500 operacionais, deveria-se adoptar uma estratégia de rotatividade de meios, ou seja, dividir os 500 homens e suas viaturas em dois grupos que operariam em turnos de 7 horas no ataque ao incêndio, sendo que a 6ª hora estaria sempre ocupada pelo grupo que está para sair e o grupo que está a entrar. Desta forma cada grupo descansaria 6 horas antes de voltar ao teatro de operações.
Haveria maior eficácia, operacionais fisicamente melhor preparados, menor possibilidade de erro, veículos menos desgastados.

Claro que quem diz isto é um "iluminado" qualquer que há quem diga só quer vender formação.
No terminar este artigo, há a lamentar mais uma perca de vida. Pêsames à familia da Bombeira e ao Corpo de Bombeiros

1 comentário:

Pedro Fernandes disse...

Caro jorge ortola.

Também eu frequento o bombeiros para sempre, e concordo com tudo o que voce diz, sem dúvida.

Já agora como vovce é uma pessoa informada.

Por acaso viu o programa de hoje à noite na rtp n ( quart-feira) sobre os incendios florestais que deu às 22?

Eu apenas vi a parte final, mas estava lá o fernado curto que fez o discurso do costume, o Sande Sila, um tipo que tem uma série de artigos sobre esta temática, o moreira da silva, este defendoiu minimamente os bombeiros.

E estava lá outro indivisuo, que eu não fui capza de saber quem era, um tipo de olhos azuis, que lançou um livro sobre a temática da prevenção e combate e que apresenta como solução para Portugal o seguinte, tome note:

- primeiro retirar imediatmante os bombeiros voluntários do cvombate aso fogos florestais.

- copiar para Portugal o modelo andaluz decombate a fogos florestais, e eu pergunto o que é que há para arder na andaluzia?

Nada ou muito pouco, mais o menos o que há para arder no alentejo, onde também não há grandes incendios.

- Por fim, substituir os bombeiros por profissionais, nomeadamente por gip's da gnr e uma força de raiz profissional de sapadores florestais, vejam só querem mesmo acbar com os bombeiros voluntários, isto é serio, temos que nos por finos.

Deve ter sido o senhor Rui Pereira do MAI que o mandou escrever este livro.


Sabe-me dizer o nome deste senhor?

agradecia, é que pelos vistos lançou um livro e eu queria saber qual é o livro que esta "inteligencia" lançou.