sexta-feira, fevereiro 14, 2014
Voar no horizonte
Quis voar! Quis voar numa liberdade arrebatadora do meu saber, do meu direito, das minhas emoções.
Quis voar sem amarras que me prendessem à terra, ao cais, ao preceito de avassalar.
Quis ser um pato bravo com o olhar no horizonte, onde o meu quinhão é além, sem fim, sem meta, sem nenhuma ordem correta.
Quis correr sobre a água, aquela água que me afoga sem estar.
Quis ser alguém, alguém que pode dizer o que pensa, o que deseja, o que lhe parece, de como quer estar. Mas a minha voz, aquela cândida voz foi calada, amofinada, abafada e amaldiçoada por uma arma que me matou.
Quis voar e quando olhei, tinha asas. Quis voar e pensei poder fazê-lo. Quis voar e reparei que as minhas asas, aquelas belas asas que me permitiriam lá chegar, tinham sido cortadas, destratadas, aniquiladas e manipuladas pela arma fraudulenta que voar não me deixou.
Foto: Martin Correns
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