sábado, outubro 03, 2015
O relógio marca, com as suas badaladas, as 20 horas, quando meto a chave na ranhura da fechadura da porta de casa. Estou cansada de um dia de trabalho e anseio deixar-me cair sobre o sofá e, quiçá, adormecer um pouco, num sono acordado, apenas com o pensamento num vazio que me ajuda a relaxar.
Não! Talvez um banho de imersão, cheio de espuma e sais revigorantes.
Sim, isso! Um banho de espuma sem tempo para sair de dentro da banheira.
Oiço cada estalito que a chave faz quando penetra a fechadura. Parece que está em extase, numa penetração ofegante.
Rodo a chave e abro a porta.
A casa está com uma luminosidade ténue.
Oiço o crepitar do fogo na lareira.
Chamo-te! Não respondes.
Largo a mala e a carteira e caminho em direcção à sala.
Da porta, parada, observo-te a sorrires no sofá.
Convidas-me a sentar, com dois suaves toques no sofá.
Descalço aqueles saltos que me matam a coluna e as pernas. Caminho sobre o tapete macio em tua direcção.
Deixo-me cair sobre o sofá, abandonando o dia que já ficou lá fora, à porta.
Inclinas-te e beijas-me a face.
Cerro os olhos e sinto o teu suave toque.
Da mesa, levantas dois copos de vinho tinto e ofereces-me um.
Faço uma degustação.
Olhas-me tão profundamente que sinto nesse olhar que já me despiste.
Afinal não foi apenas o olhar. As tuas mãos já percorrem o meu corpo. Desapertas-me o casaco e desfraldas-me a camisa.
Beijas-me ardentemente e sinto-me levitar.
Desapertas-me a camisa e afagas-me os seios.
Hum! Sinto-me bem.
Já estou sem camisa e desnuda da cintura para cima.
Beijas-me os mamilos e gemo de prazer. Agarro-te, com os dedos entrelaçados no teu cabelo e arqueio-me.
Sem esperares, arrancas-me a saia e as cuecas.
Sinto-me voar, levitar, a alma a ser sugada e tu não paras.
Seguro-te a cabeça mergulhada entre as minhas pernas e gemo, gemo sem parar.
Só agora reparo que estás em roupão.
Solto-te o cinto e dispo-te. Estás nu!
Mergulho em ti e levo-te à loucura. Gostas que brinque contigo e não paro.
As tuas mãos enrolam-se à minha cintura e levas-me para o felpudo tapeta que é vizinho da lareira.
Deitas-me e beijas-me uma vez mais.
Entrego-me.
A acompanhar o cantar do fogo na lareira, surge num tom muito suave a voz de Sarah Vaughan.
Bebemos um pouco mais de vinho e amamo-nos.
Entras em mim e passamos a ser um só, num ritmo tranquilo, ritmado, fugaz, por vezes, que me faz esquecer o mundo, o trabalho, as pessoas, os problemas.
Na nossa esfera, à luz daquele fogo da lareira, somos um só.
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