A idade é realmente um fenómeno que nos vai transmitindo conhecimento, com as vivências que vamos encontrando pelo caminho, sejam elas boas ou menos boas.
E se lá longe olhei, por vezes, alguns assuntos com a razão de um adolescente sem conhecimento de causa e com uma educação replecta de ausências, diálogo, chamadas de atenção, carinho e afecto que nos leva a tentarmos meditar sobre este ou outro tema, com o passar desses anos, com as chapadas da vida, muitas delas sem que estivesse preparado, fui crescendo, desenvolvendo anti-corpos, conhecimento e modo de ser e estar que se iam adaptando ao percorrer dos carris que me iam acompanhando.
Se fiz as melhores escolhas? Não, claro que não.
Fiz as escolhas que a minha razão, quão traiçoeira me foi, em momentos, me apresentava. Fiz as escolhas que uma mente que teve de aprender sozinha faria. As minhas escolhas. Assumi-as, agarrei-me a elas e resolvi-as.
Hoje, à distância, percebo e tenho a humildade de compreender que o meu caminho nem sempre foi fácil, muitas vezes por culpa própria, mas tantas outras por culpa alheia. Mas fiz o meu caminho. E com a aprendizagem que adquiri, nas minhas caminhadas e páginas da vida, transmito-as a quem o devo fazer, a quem julgo que o devo fazer. Por vezes não da forma mais simpática, mas faço-o.
Dizem alguns que o meu feitio é mau. Eu digo que é sincero, temperamental, certamente, em alguns momentos, mas sincero, amigo e sem rancor camuflado.
Apesar de conhecer tanta e tanta gente, muita gente mesmo, por vezes olho ao redor e vejo uma carruagem vazia de vozes, sentimentos, emoções. Vejo uns carris que não levam ninguém.
A idade é realmente um fenómeno fantástico, não é no entanto um posto, como tantos alegam. Se os nossos conhecimentos são infindáveis, a nossa forma de estar deve ser sempre enquadrado com o respeito por nós mesmos.
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