sexta-feira, agosto 05, 2016

Eles



A utilização do pronome pessoal da terceira pessoa do plural na conjugação de qualquer justificação ou atribuição de culpa, generalizou-se de tal forma que, a banalização do dito facto ditou que "Eles" são realmente os responsáveis ou culpados do que quer quer seja que não está de acordo com a vontade de alguém em algum espaço temporal.




"A culpa é deles!"
"Não sou eu que faço as regras, são eles."
"O que se passa é que eles, quem quer que seja..."
"Tem de se queixar a eles...".

"Eles" são realmente alguém que não tem rosto, uma vez que não sabemos quem na verdade são. Sabemos apenas que são, certamente, seres superiores, talvez extra-terrestres, com um poder supremo e que não chegam a estar expostos; recrutam, a prazo, quem os representa nos maus momentos, guardando para "Eles" os momentos de glória e júbilo.

"Eles" são o pior que existe. São "Eles" que provocam as situações; são "Eles" que elaboram conspirações; são "Eles" que andam à espreita, como no Big Brother, através das câmaras de vigilância dissimuladas no contexto da acção; "Eles" são responsáveis pela fome e as guerras no Mundo.

Mas "Eles" nunca ficam mal, "Eles" nunca são atingidos, porque "Eles" têm conhecimentos, "Eles" encobrem-se uns aos outros, "Eles" são uma irmandade, uma sociedade secreta de crime organizado, onde "Eles", os outros "Eles", que acabam por ser os mesmos "Eles", não tocam, não mexem, não destroem.

E tudo porque, quem os tenta destruir, derrubar, a "Eles", "Eles" movimentam-se com os seus mais pornográficos e astutos conhecimentos, farão com que um punho cerrado caia sobre a cabeça de quem os enfrenta, a "Eles".cabeça, medo

Portanto, quando pensar em dizer algo sobre "Eles", tenha medo... tenha muito medo e cuidado; olhe sempre, primeiro, sobre ambos os ombros; "Eles" andam aí e estão a observá-lo.

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