sexta-feira, janeiro 27, 2017

# A raposa que todos pensavam ser um pato


Errar numa determinada situação, ou ocasião, pode considerar-se normal e aceitável, até mesmo quando esse erro coloca em causa a segurança e estabilidade de todo o Planeta, não apenas socialmente, mas também ao nível ambiental.

Mas, insistir no erro, repetindo-o, já é estupidez, insanidade, imbecilidade e importabilidade intelectual, excepto se, por detrás desse erro existir algum tipo de coação que force ao erro. e certamente haverá.


Donald, não o pato da Disney, mas sim o pato da White House, alimenta-se, com enorme voracidade, dos meios de comunicação social, aproveitando-se destes, e do tempo de antena que lhe proporcionam, para se auto-promover. E foi assim que chegou a presidente dos Estados Unidos da América.

Sedentos de sangue, suor e lágrimas, esses meios de comunicação social, que vivem de audiências, viram no pato, um nicho perfeito para conseguirem vender o seu produto, não percebendo que, quem na verdade estava a publicitar, sem custos, a sua campanha, era o Donald.

A cada minuto que passava, o pato ia ganhando mais força; força social e de transmissão de ideias e ideais.



Se inicialmente os meios de comunicação social encontraram alguma piada nas barbaridades que o Donald ia proferindo, no dia após a eleição perceberam que, afinal, havia sido um erro a tanta atenção e tempo de antena desperdiçado com o pato.

Lamentaram o facto de o terem feito.

Donald conseguiu ser eleito. Com essa proeza demonstrou que o povo que o elegeu - e ao outro também - que afinal não é um pato. Fez ver que afinal patos eram todos eles que o elegeram. Ele era outro animal; ele era a raposa Trump, disfarçada de Donald.

Agora, a raposa Trump, matreira e manhosa, já instalada dentro do galinheiro, não de galinhas mas de patos, prepara-se para os devorar. Mas para isso necessita de os ter junto a si.

A raposa Trump pensou, e pensou, e pensou, até que desenhou um plano. Agora que já está instalada, terá de continuar a se promover. E o que fez a raposa Trump? - voltou a utilizar quem se alimenta de sangue, a vampira comunicação social para difundir os seus devaneios psiquiátricos. Trump, a raposa manhosa, começou a separar para poder governar.

Fez o que nunca tinha feito, primeiro selecionou os meios de comunicação que lhe interessavam, deixando os outros de fora. Em seguida declarou guerra à comunicação social - como se ela não fosse uma das suas aliadas na conquista da White House. E a comunicação social deixou-se levar no engodo do apoio financeiro estatal e prostituiu-se aos interesses financeiros. Continuou a oferecer-lhe espaço gratuito de auto-promoção em horário nobre.

E esta posição de cócoras ou é ingenuidade ou confirma-se que é prostituição.

A raposa já está instalada e com acesso a toda a Quinta, com poder sobre todos os animais. Fala-lhes todos os dias. A uns, glorifica-os, levando-os ao júbilo, enquanto a outros ridiculariza-os, criando-lhes um sentimento de frustrantes inferioridades. E a comunicação social, vampiros esfomeados, como não aprendem com o erro passado, voltam a repeti-lo, alimentando a raposa.

E porque assim é, a raposa manhosa Trump, que há um ano todos pensavam ser um frágil pato Donald, vai crescendo e transformando-se numa hiena Adolf; só faz merda e ainda se ri.

Se quando, um dia, a comunicação social perceber que deve publicar acontecimentos saudáveis e deixar de alimentar o monstro, nesse dia esse mesmo monstro entrará em definho e morrerá, à fome.
Foto: DN e RS

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