# As obras na via e a limpeza do pavimento

Não é estranho a nenhum condutor a existência de obras na via pública, nomeadamente na faixa-de-rodagem; e que incomodativas são essas obras.

Ainda que necessárias, para resolverem um ou outro problema que possa surgir no sub-solo - e essa necessidade interventiva, nós, condutores, até as compreendemos e a elas somos tolerantes -, muitas são as vezes em que, após a intervenção, o local intervencionado fica impróprio para a circulação rodoviária e sua segurança.

O antes e o após 

É verdade que Portugal, principalmente nas vias urbanas - em bastantes situações - não têm uma boa qualidade de pavimento para se circular, muito devido à fraca aposta nessa mesma qualidade de asfalto com que se pavimentam as localidades.

Mas, essa qualidade diminuí drasticamente quando, após uma necessária intervenção, não existe, por parte das autarquias, uma ideal fiscalização. Ou seja, se um asfalto que é de 2ª ou 3ª qualidade e já não garante uma capacidade de atrito admissível e devidamente adequada à segurança dos utilizadores, é intervencionado e, após, no local da intervenção é colocado saibro ou uma betuminosa de 5ª qualidade - que se solta, deixando a céu aberto verdadeiras crateras de arestas vivas famintas de condutores mais distraídos, que ali vão embater, danificando as lonas do pneu, provocando lanhos irreparáveis nas borracha, destruindo ponteiras de direcção, ou se torna irregular, perigando a trajectória na passagem sobre a depressão - a segurança rodoviária geral diminuí potencialmente.

Mas se os responsáveis pelo bom estado de conservação da via, trabalharem com a qualidade que a prevenção e segurança rodoviária exigem, no plano da obra terão sempre colocado uma alínea que salvaguarda o bom estado da via, ou seja, impõe à entidade responsável pela intervenção que, a colocação do novo asfalto seja, no mínimo, do mesmo nível de qualidade do existente antes da intervenção.

E se a qualidade do asfalto colocado pós-obra é fraco, pior é a situação em que, dias, semanas e meses fica a intervenção apenas coberta com saibro que, para além de se soltar com maior facilidade, espalha-se sobre o restante pavimento, tornando-o escorregadio e perigoso.