quinta-feira, junho 11, 2020

Prostituição de Autor

"Então é assim", foi um termo que ganhou força ao longo da exibição de um Reality Show em Portugal, tornando-se viral entre a sociedade, decepando a qualidade da oralidade da língua de Camões - que deste pouco tem, pois a evolução da língua é uma realidade e os acórdãos ortográficos, bárbaros e apenas ao alcance de mentes intelectualmente brilhantes e indefinidas, limitadas e capazes de o assinarem, está a liquidá-la.


Para se ser escritor em Portugal com obra editada por uma verdadeira editora - não por essas sanguessugas de autores que proliferam a cada vão de escadas - é necessário que haja um enquadramento social num dos seguintes Portos de Abrigo;

- Ser-se uma figura pública, da rádio, televisão ou algo similar, deter uma influência sobre um público-alvo - agora são chamados de influencer.

- Vencer-se um concurso literário, estando a escolha do mesmo envolta em algumas nebulosas associadas à condição académica - mesmo que a escrita, muitas vezes, não passe de degredo mental vomitado pela ponta da caneta, mas que um excelente departamento de marketing consegue transformar em pseudo-sucesso de vendas, utilizando para isso técnicas de ludibriação mental e sentimental.

- Ser-se um participante medíocre de um programa televisivo que encerra numa casa uma quantidade de energúmenos, dá-lhes cinco minutos de fama - e muito conteúdo de estudo para psicólogos e psiquiatras - perante uma sociedade sem hábitos de boa leitura, mas com licenciatura e mestrado em mal-dizer e cretinismo.

"Então é assim", para se editar obra em Portugal, ou se é antigo dissidente do regime, figurão, político, ou prostituto de uma imagem fértil e efémera. Pois se assim não for, edita sob a chancela de uma qualquer sanguessuga de porão ou em Edição de Autor, sem garantias de difusão da obra.






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