quarta-feira, junho 10, 2020

Mar eterno

Neste mar já antes navegado
Este que testemunho marca
A morte na esperança do amanhã
A costa, salvação, alcançar.

Este mar calmo que oculta
A miséria do povo que foge
Nas profundezas escuras, mergulha,
Num silêncio, ensurdecedor e mudo.

São lançados na incerteza
Numa madrugada de esperança
Ao Pireu chegar.

São cascas de nozes, viagem,
Choros de criança, escondidos,
Sussurros de medo nas vozes!


*Poema dedicado aos migrantes que morreram na travessia do Mediterrâneo.

Sem comentários: