terça-feira, julho 07, 2020

Ainda o espectáculo do Campo Pequeno



Assisti num dia destes ao principio do directo de Bruno Nogueira - comediante que até aprecio - fez na rede social Instagram. Depois do sucesso de "Como é que o bicho morre" pela ocasião do confinamento, o Bruno, talvez a pedido de várias famílias, regressou para um especial.

Até aqui tudo bem, e tudo bem até depois daqui. Não sei bem do que estava à espera, porque o humor do Bruno é muito peculiar e imprevisível. Mas sei do que não estava à espera; não estava à espera de escutar o Nogueira, qual virgem ofendida, vir a terreiro todo indignado esgrimir uns argumentos em tudo tontos e sem humor, contra quem criticou o concerto, evento, chamem-lhe o que quiserem, que foi realizado por ele no Campo Pequeno, assim que terminou o desconfinamento.

Um dos argumentos, foi que o espectáculo já estava agendado. Mas também o Rock in Rio, e o MEO Sudoeste, e o Campeonato da primeira Liga de Futebol, e o Toy, e o Sunset, e o Marco Paulo, e tantos outros que, sabes, não fizeram o seu espectáculo.



Amigo Nogueira, a minha expectativa era vê-lo a ironizar com a situação. Não me pergunte como, porque o humorista não sou eu. Agora vir todo aziado, de copo de tinto na mão - com aquela expressão de "estou-me a cagar" - com milhares de explicações sobre procedimentos de segurança adoptados!

Nogueira, estou-me pouco ralando para o plano de contingência elaborado para o espectáculo, ou se estava lá o senhor Y, o senhor Z ou o senhor X. O importante é a igualdade. Não poderão alguns dos casos do exponencial crescimento das infecções em Lisboa terem origem no seu espectáculo?

Imagine o senhor bruno que qualquer outro artista vem reclamar o mesmo direito. Tem legitimidade para tal. E quanto ao baterem palmas como exemplificou, estou certo que aquelas duas mil e duzentas pessoas que ali estavam eram tias de Cascais.



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