Enquanto cidadão do mundo, como me denomino, nacionalidade portuguesa e naturalidade de terra ribatejana, sinto-me frustrado e indignado com o egoísmo da sociedade planetária - grosso modo - com o cinismo dos governantes institucionais e com a cobardia das instituições que deveriam socorrer e proteger os espécimes mais vulneráveis - as crianças.
Seria fácil para mim, até porque vivo num país onde - apesar de todos se andarem sempre a lamentar e em queixume - se vive em paz, não existe falta de bens de consumo, na rua transito com segurança aceitável, existe sistema de ensino e o serviço nacional de saúde funciona dentro de parâmetros aceitáveis, levar a minha vida tranquila, com oito horas de trabalho, um salário mensal e outras mordomias mais - que não valorizamos porque não temos falta delas -, olhar para o lado, assobiar para cima e ignorar aqueles seres humanos que, longe da minha tranquilidade, adormecem à noite não tendo perspectivas de um dia melhor na manhã seguinte, que não conseguem fazer um simples gesto - como nós - de abrir um armário, retirar um copo, enchê-lo de água potável, numa torneira numa torneira que esteja ali disponível e saciar a sede.
O pensamento egoísta, imediato é, E o que posso fazer para mudar isso(?), ao que respondemos também, Nada(!).
Para não ser traído pela minha ideia e até colocando em causa o meu intelecto, folheei o dicionário em busca da definição "Humanismo".
"Humanismo é uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade".
Pois bem; após algumas certezas e muitas dúvidas - porque muito questiono - percebo que os países e instituições ao redor do planeta Terra, de certa forma e até contra eles próprios, encontram-se "unidos" numa instituição global não certificada, a OCU - Organização do Cinismo Unido.
E é assim que, havendo países em que o seu povo está exposto e sujeito a uma decadência humana, não apenas devido à falta de bens e serviços de primeira necessidade, como água e sistemas de saúde, por exemplo, os outros elementos - leia-se países - não desenvolvem esforços comuns para apoiar - efectivamente - no desenvolvimento de estratégias capazes de degolar o problema. Da última grande reunião de que me recordo onde foi desenvolvido esse esforço, foi em 1985 na organização do Live Aid.
O Problema Yémem
No Yémem a população tem escassez de água potável. Não que debaixo da terra não existam lençóis freáticos; há-os! O problema é que não existe naquele país meios suficientes para furar até se chegar a esses mesmos lençóis e montar um sistema de distribuição - sem perdas - entre as pessoas.
Existem zonas em que a população consome água de rios poluídos ou de zonas de depósito de água estagnada, água replecta de doenças que vão potencializar entre as populações estados de saúde débeis e preocupantes.
Enquanto isto acontece, num país que se encontra mergulhado numa crise humanitária terrível, numa crise politica, religiosa e sectária, os membros da OCU preferem ignorar o problema. No Yémem, as crianças do sexo feminino são treinadas para transportarem jericans de água ao longo de extensas distâncias, ficando muitas delas sem algumas vez saber o que é ir à escola ou ser criança.
Enquanto os países e os seus governantes desmerecem o problema, porque no seu país tudo "está bem", no Yémem o Projecto "The Spring" desenvolve acções de captura e tratamento de água, permitindo àquelas pessoas que possam ter acesso a água potável. Paralelamente a esse esforço, desenvolvem esforços para que as crianças tenham acesso a escolas, melhor alimentação e cuidados de saúde. No link acima pode aceder à webpage do projecto e contribuir com donativos para esta nobre causa.
Sendo uma ONG, este projecto conta com o apoio de todos nós que, com um pouco do que temos, podemos proporcionar tanto a quem nada tem.
Assim, convido-vos a visitarem a webpage charitywater.org e a contribuírem com um pouco da vossa boa vontade. Não queiram ser membros activos da Organização Cínica Unida.
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