quinta-feira, julho 23, 2020

Da leitura à escrita

 

Não é novidade para quem me conhece que se há duas coisas de que gosto de fazer são ler e escrever; ler um bom livro - se bem que o conceito de "bom" pode e deve variar de leitor para leitor e escrever uns devaneios, pois é assim que classifico o que escrevo.

Respeitante á leitura, contrariamente a tantas outras pessoas que conheço, sou um inculto, não leio um autor porque sim, porque está na moda ou porque outros acham que é o melhor autor. A única obra que li de Saramago foi "O conto da ilha desconhecida".

A minha escolha de leitura passa muito pela descoberta de autores ou títulos, em revistas, na leitura de outras obras ou em conversas informais. descobri Franz Kafka em conversa com uma aluna minha, falava-me a jovem de um livro que o pai lera e que falava sobre um insecto qualquer. A menina referia-se a "Metamorfose". Procurei e comprei. Gostei da escrita e a leitura foi agradável. De seguida comprei, do mesmo autor, "O processo". Fantástico.

Quando completei 30 anos de vida, ofereceram-me um livro de título "O manuscrito de James Joyce". Gostei da história e gostei das referências a duas obras do escritor irlandês dos século XIX; comprei "Gentes de Dublin", numa edição dos anos 50 do século XX. Tentei comprar "Ulisses", mas o valor que me pediam era elevado.

Sei que não é bom para os novos ou actuais autores, mas é raro - ainda que o faça - comprar livros novos. São caros. Se possível, tento sempre comprar usados. Os livros usados têm outro paladar, trazem uma história dentro da história e as letras não se gastam.

A escrita

A escrita, bem, quanto à escrita a coisa é simples de explicar. Sempre gostei de escrever. Se inicialmente, com 7 anos de vida, a escrita era composta por algumas palavras em bilhetes de amor que iam passando de mão-em-mão até chegarem à mão da pequena a quem se destinavam, com o avançar dos tempos esses bilhetes foram evoluindo para cartas de amor onde, confesso, muitas vezes foi escrita a "canção do bandido".

Das cartas passei aos poemas, nem sempre os mais bonitos ou inspirados, muitos deles desconhecidos, outros revelados. A prosa aconteceu em textos de opinião - inicialmente -, depois em textos mais elaborados e extensos e por fim na construção de histórias.

E a pergunta é; quem lê? Lê quem quer. E a critica? Não me assiste! Escrevo o que quero, como e quando quero. Abordo os temas que quero. Não estou sujeito á pressão das editoras ou suas opiniões, porque na verdade não há editora que queira assumir a publicação dos meus livros. Simples! Mas, ainda que houvesse, a regra é e será sempre, escrevo o que quero e como quero, pontuo a meu desejo e apenas lê quem quer.



















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