domingo, junho 17, 2012

A Rua

A rua está deserta e eu, sem rumo, vagueio por parte incerta. Busco um sinal, o sinal.

Olho em meu redor com a turva neblina que me ofusca a esperança de te encontrar.

Num mudo grito procuro o eco, o eco surdo, cego que não me escuta, vê e não me responde ao chamar.


A rua está deserta e eu, num cambaleio andar, embriagado pela amargura, tento encontrar-te para me apoiar. Paro na esperança que me vejam e ajudem. Paro na ânsia louca que me agarrem e me elevem no ar, de onde te possa observar.

A rua está deserta de Paz, de Amor, de compaixão. Procuro uma porta aberta que se fecham ao meu passar. Suplico de braço estendido a ajuda que não há, que não surge e me força o calar.

Da profundeza do meu digno ser, liberto a dor no olhar. Mas a rua está deserta e a chuva que sinto nesta cansada carcaça cair, é o desdem de um espirro, o olhar de ódio sobre mim dirigido, o julgamento sem acusação ou defesa...pobre mendigo.


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