terça-feira, outubro 06, 2015
Meti a mochila às costas e parti. Meti os pés à estrada. Naquela estrada sem fim. Conheces?
Lá dentro, na mochila, não na estrada, até porque a estrada a todos pertence mas mochila apenas é minha, penso eu, coloquei o que mais necessitava para a minha viagem... um caderno e três canetas.
Sim! tr~es canetas, porque temo que deixem de escrever e depois...como vai ser depois?
Para um escritor ficar sem tinta na caneta, é a mesma coisa que um corredor de automóveis ficar sem gasolina no depósito.
Por vezes penso que sou um canetodependente, se é que se pode ser dependente de uma caneta. Afinal, sempre se pode escrever com um lápis.
Quando pisei o alcatrão não pensei para onde ia. Pensei apenas...que ia.
E lá fui eu.
Tinha dado os meus primeiros passos quando me deste a mão. Disseste-me que era para não cair. Mas já me achava tão grande para poder dispensar a tua mão. Afinal não. Tinhas razão.
Mais tarde percebi o teu sinal ao me dares a mão.
Meti a mochila à estrada e segui o meu caminho. Na verdade não o conhecia, mas dispus-me a descobri-lo.. com os meus sapatos, com as minhas pernas, com o meu saber e determinação.
Não era uma caminhada fácil, apercebi-me, mas era a que escolhera.
Não era uma viagem segura, mas sempre ouvi dizer que a sorte protege os audazes. E eu resolvi ser audaz.
Pus-me a caminho. Acreditei. Sonhei. Coloquei nas pernas as minhas forças e calcorreei aquela estrada. Tantos buracos e montes encontrei. Nunca foi fácil, mas lá fui caminhando e acreditando.
Houve alturas em que me mostraram caminhos que pareciam mais fáceis, é verdade. Mas sempre achei que se eram mais fáceis...não eram para mim. E segui o meu caminho, aquele que escolhi.
Hoje continuo na estrada.
Hoje continuo a caminhar.
Hoje encontro bons asfaltos, onde posso descansar, mas também rudes terras, onde tenho de olhos bem abertos caminhar.
Amanhã, sim, amanhã, não sei caminho vou encontrar. O que sei é que será sempre o que vou escolher, jamais o que me vão encomendar.
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