segunda-feira, outubro 12, 2015
Nascemos para morrer. Aprisionados a um cordão que nos comanda e ao qual nos agarramos para sobreviver. Somos, afinal, na barriga de nossa mãe, uma marionete comandada pela sensibilidade, amor e paixão de quem nos ajuda a desenvolver.
Mas quando brotamos como uma flor encantada, é-nos cortado o cordão que nos liga à nossa animadora e logo aí, mesmo aí, é-nos amarrado diversos cordéis invisíveis que nos oprimem numa vida que nem sabemos o que é.
São cordéis que se transformam em cordas, que vamos permitindo que nos façam dançar, nos puxem, nos oprimam, nos sufoquem, até ao dia em que damos o grito do Ipiranga e com todas as nossas forças rebentamos as cordas, que antes eram simples cordéis, e nos livramos das amarras que nos prendiam a um cais que não conhecíamos, não desejávamos, não queríamos.
Agora somos livres, já dizia a música de Ermelinda Duarte, como uma gaivota e podemos voar, sonhar, acreditar. Somos livres de viver, de crescer desamarrados, de navegar desancorados, de saltar. Mas seremos? Seremos mesmo?
Somos marionetas que vão dançando. Somos Camaleões de uma vida de transformações. Tornam-nos, assim, os nossos pais, educadores, escola, conhecimento, experiências, sensações. Mas somos livres, como a gaivota, de voar, nos nossos sonhos, nos livros que lemos ou escrevemos, nas cartas de amor que enviamos e recebemos.
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