A Areia e o Mar
Saí para a rua, destemido,
Percorreu quilómetros de
prazer
Na noite escura,
entardecido.
Vagueei sem dor ou medo
Transpus barreiras de
loucura
Vi um brilho no teu olhar
Vi um sorriso na Lua.
Vi a chuva, o nevoeiro,
No escuro a brilhar,
E nos teus braços me
entreguei
Do teu secreto cálice bebi
Nele me embebedei
Me afoguei e não fugi.
E pela manhã ao acordar
Num abraço me perdi
E pela manhã ao acordar
Na fina areia caminhei
Nas suaves ondas os pés
banhei
Um novo livro, abri.
E pela manhã ao acordar
O teu corpo bebi
Olhei o céu e o horizonte
Num infinito Cosmos me
perdi,
Em Castelos de Areia
brinquei
Quando nas dunas a teu
lado vivi.
Para trás ficaram marcas
Fundas, longas e não sei.
Para trás ficaram largas
Horas de amor com que
sonhei.
E quando eu acordar
Não estarás a meu lado
E quando eu me levantar
E na praia caminhar
Olharei em meu redor
E não te vou avistar.
Vou chorar em solidão
Num choro mudo e calado
E a alma dilacerar
No sentido da razão.
Mas um dia se quiseres
Leva o meu coração devagar
Numa Praia de emoção
Eu sou a Areia e tu o Mar.
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