sábado, novembro 07, 2015



A Areia e o Mar


Saí para a rua, destemido,
Percorreu quilómetros de prazer
Na noite escura, entardecido.

Vagueei sem dor ou medo
Transpus barreiras de loucura
Vi um brilho no teu olhar
Vi um sorriso na Lua.

Vi a chuva, o nevoeiro,
No escuro a brilhar,
E nos teus braços me entreguei
Do teu secreto cálice bebi
Nele me embebedei
Me afoguei e não fugi.

E pela manhã ao acordar
Num abraço me perdi
E pela manhã ao acordar
Na fina areia caminhei
Nas suaves ondas os pés banhei
Um novo livro, abri.

E pela manhã ao acordar
O teu corpo bebi
Olhei o céu e o horizonte
Num infinito Cosmos me perdi,
Em Castelos de Areia brinquei
Quando nas dunas a teu lado vivi.

Para trás ficaram marcas
Fundas, longas e não sei.
Para trás ficaram largas
Horas de amor com que sonhei.

E quando eu acordar
Não estarás a meu lado
E quando eu me levantar
E na praia caminhar
Olharei em meu redor
E não te vou avistar.

Vou chorar em solidão
Num choro mudo e calado
E a alma dilacerar
No sentido da razão.

Mas um dia se quiseres
Leva o meu coração devagar
Numa Praia de emoção

Eu sou a Areia e tu o Mar.

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