E, de repente, tudo acabou.
A luz apaga-se, numa escuridão, interminável, plena de um misto de saudade e culpa. O silêncio acontece, quando tanto ainda havia para dizer, tanto para ensinar, para aprender, para escutar.
É, para nós, vulneráveis mortais, difícil percebermos que muitos dos nossos mesquinhos comportamentos são meros incongruências psíquicas na sanidade mental e no equilíbrio emocional de não apenas nós próprios, mas envolvente, também, a quem nos rodeia.
E esses momentos de alguma demência, deixam esfumar a coerência e o discernimento lógico - se é que se pode definir essa lógica numa teoria acreditada e consensual, capaz de a tornar de referência a futuras avaliações - na devassa da estabilidade do ser.
E quando a porte se fechar, tudo isso de nada vale, porque já não há tempo - no escasso tempo que tanto desperdiçamos a encher os bolsos de pedras - para lamentar.
A tentativa de humilhação aos outros, por erros próprios - dos que erram, da fonte de ignição, da fonte - é o mais baixo patamar da falta de respeito pelo esforço alheio, da ostentação de um poder efémero; e não aí não haverá tempo para falar ou ouvir, após o acaso.
Nesse momento, já a luz se apagou, o som se calou, e um ensurdecedor silêncio se apoderou e paira - como um tenebroso vigilante - na escuridão; e tanto ainda haveria para ver, dizer e escutar!
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