quinta-feira, março 02, 2017

# Estágio de condução para recém encartados


Atualmente, obter um título de condução, passa por um processo devidamente regulamentado composto por uma série de outros processos burocráticos e de formação.

A inscrição em escola de condução, o preenchimento dos formulários e demais documentação – incluindo um contrato  de prestação de serviços – até à frequência das respetivas aulas teóricas e práticas.




A formação adequada à realidade da vida
O atual método de ensino em escola de condução pretende que os novos condutores, ao serem aprovados em exame de condução, estejam preparados para enfrentar o trânsito real.

Acontece que, a realidade não é essa; quem adquire um título de condução, regra geral, não se encontra preparado para enfrentar o trânsito real. E quem pensar o contrário está completamente errado.

Existem duas coisas que são distintas; a primeira é perceber se o novo condutor consegue controlar, minimamente, o veículo. A outra é perceber se esse novo condutor está apto para responder de forma afirmativa aos mais diversos problemas que lhe vão surgir.
E a verdade, não sendo de La Palice, é que não se encontram preparados para enfrentarem essas vicissitudes que, certamente, vão surgir numa ou noutra situação.

A formação atual em Portugal
O que temos atualmente em Portugal é uma formação tipo, que olha para todos por igual, com as mesmas capacidades psico-motoras e lhes impõe uma aprendizagem rápida.

Um candidato a condutor de ligeiros, terá de frequentar 28 lições teóricas e 32 práticas, pelo menos, para se apresentar a exame de condução.

Para quem ministra o ensino de condução automóvel, numa vertente – que deverá sempre ser essa – de preparar “aquele” condutor para a vida – ainda que saibamos que a experiência nos vai moldando – e não apenas para um exame, sabe que esse número de lições é insuficiente.

Poderemos sempre argumentar que podem ser adquiridas mais lições, etc… acontece, no entanto, que nem todas as pessoas têm disponibilidade financeira para tal ou humildade capaz de as fazer reconhecer essa necessidade.

Uma formação capaz de preparar condutores
As escolas de condução deveriam ser vistas, por quem as procura, como centros de formação. Os profissionais devem ser pessoas capazes de perceber que cada pessoa é uma pessoa, que temos todos forma de reação e de assimilação diferentes.
Assim, a formação não deveria ser geral, mas sim individualizada e localizada para cada pessoa, tendo em conta as suas carateristicas psico-motoras.

Desta forma, iria conseguir-se formar melhores e mais bem preparados condutores, capazes de enfrentar as realidades do trânsito, o que não acontece nos dias de hoje.

E, dois exemplos desta realidade, é o facto de termos pessoas a frequentarem o ensino em época de verão, que em nenhuma das 32 lições práticas vão ter a experiência de conduzirem com chuva, com pavimento molhado, ou até mesmo de noite.
A formação não dispõe de técnicas para incrementar conhecimento real sobre diversas alterações que o trâsito proporciona a cada momento. E jamais a simulação em sala prepara do que quer que seja. Isso é teórico.

O estágio na formação de condução
O ideal seria incrementar um estágio de condução na legislação da formação e obtenção de um título para conduzir. Um estágio capaz de proporcionar a todos a possibilidade de poderem integrar as mais diversas situações de trânsito.

Ou seja; um candidato a condutor, ao inscrever-se numa escola de condução, não estaria sujeito à pressão de ter de adquirir conhecimentos teóricos em tempo recorde – sabendo nós que após o exame teórico, muita informação deixa de estar presente – nem de se sentir stressado porque está a ver as suas lições práticas a chegarem ao fim e a saber que não tem possibilidade financeira para adquirir mais.

A formação deveria estar enquadrada com a capacidade do formando aprender, sua disponibilidade emocional e capacidade intelectual.
Sem um número de lições mínimo, as escolas poderiam adaptar os valores praticados, às necessidades de cada um; mais ou menos lições.

No final da formação, antes de se propor a exame e por indicação do director da escola de condução, o IMT emitiria um documento provisório com validade de 12 meses, que possibilitasse ao candidato conduzir a sua viatura, em localidade, com uma velocidade limitada e devidamente identificado com dístico de “condutor em estágio”.

Ao longo de 12 meses esse condutor desenvolvia a sua condução, sentindo a necessidade de a praticar de acordo com a aprendizagem adquirida em escola de condução (actualmente isso não acontece).

findo esse ano, o condutor estagiário, apresentar-se-ia a exame prático de condução, já com 12 meses de experiência, afim de provar ter assimilado as rotinas e os conceitos de condutor.


Desta forma, os novos condutores perseguiriam uma maior experiência e responsabilidade, capaz de os fazer enfrentar, não apenas o trânsito real, mas os novos condutores estagiários, respeitando-os, que lhes surgissem ao caminho.

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