Atualmente, obter um título de condução,
passa por um processo devidamente regulamentado composto por uma série de
outros processos burocráticos e de formação.
A inscrição em escola de condução, o preenchimento dos
formulários e demais documentação – incluindo um contrato de prestação de serviços – até à frequência
das respetivas aulas teóricas e práticas.
A formação adequada à realidade da vida
O atual método de ensino em
escola de condução pretende que os novos condutores, ao serem aprovados em
exame de condução, estejam preparados para enfrentar o trânsito real.
Acontece que, a realidade não é essa; quem adquire um
título de condução, regra geral,
não se encontra preparado para enfrentar o trânsito real. E quem pensar o
contrário está completamente errado.
Existem duas coisas que são distintas; a primeira é
perceber se o novo condutor consegue
controlar, minimamente, o veículo. A outra é perceber se esse novo condutor
está apto para responder de forma afirmativa aos mais
diversos problemas que lhe vão surgir.
E a verdade, não sendo de La Palice, é que não se
encontram preparados para enfrentarem essas vicissitudes que,
certamente, vão surgir numa ou noutra situação.
A formação atual em Portugal
O que temos atualmente em Portugal é uma formação tipo, que olha para todos por igual, com as
mesmas capacidades psico-motoras e lhes impõe uma aprendizagem rápida.
Um candidato a condutor de ligeiros, terá de
frequentar 28 lições teóricas
e 32 práticas, pelo menos, para se apresentar a exame de condução.
Para quem ministra o
ensino de condução automóvel, numa vertente – que deverá sempre ser essa – de
preparar “aquele” condutor para a vida – ainda que saibamos que a experiência nos vai moldando – e não apenas para um
exame, sabe que esse número de lições é insuficiente.
Poderemos sempre argumentar que podem ser adquiridas
mais lições, etc… acontece, no entanto, que nem todas as pessoas têm disponibilidade financeira para tal ou humildade capaz de as fazer reconhecer essa
necessidade.
Uma formação capaz de preparar condutores
As escolas de condução deveriam ser vistas, por quem
as procura, como centros de formação. Os profissionais devem
ser pessoas capazes de perceber que cada pessoa é uma pessoa, que temos todos
forma de reação e de assimilação diferentes.
Assim, a formação não deveria ser geral, mas sim
individualizada e localizada para cada pessoa, tendo em conta as suas carateristicas psico-motoras.
Desta forma, iria conseguir-se formar melhores e mais
bem preparados condutores, capazes de enfrentar as
realidades do trânsito, o que não acontece nos dias de hoje.
E, dois exemplos desta realidade, é o facto de termos
pessoas a frequentarem o ensino em época de verão, que
em nenhuma das 32 lições práticas vão ter a experiência de conduzirem com
chuva, com pavimento molhado, ou até mesmo de noite.
A formação não dispõe de técnicas para incrementar
conhecimento real sobre diversas alterações que o trâsito proporciona a cada
momento. E jamais a simulação em
sala prepara do que quer que seja. Isso é teórico.
O estágio na formação de condução
O ideal seria incrementar um estágio de condução na
legislação da formação e obtenção de um título para
conduzir. Um estágio capaz de proporcionar a todos a possibilidade de poderem
integrar as mais diversas situações de trânsito.
Ou seja; um candidato a condutor, ao inscrever-se numa
escola de condução, não estaria sujeito à pressão de ter de adquirir conhecimentos teóricos em tempo recorde – sabendo nós que
após o exame teórico, muita informação deixa de estar presente – nem de se
sentir stressado porque está a ver as suas lições práticas a chegarem ao fim e
a saber que não tem possibilidade financeira para adquirir mais.
A formação deveria estar enquadrada com a capacidade do formando aprender, sua disponibilidade
emocional e capacidade intelectual.
Sem um número de lições mínimo, as escolas poderiam
adaptar os valores praticados,
às necessidades de cada um; mais ou menos lições.
No final da formação, antes de se propor a exame e por
indicação do director da escola de condução, o IMT emitiria um documento provisório com
validade de 12 meses, que possibilitasse ao candidato conduzir a sua viatura, em
localidade, com uma velocidade limitada
e devidamente identificado com dístico de “condutor em estágio”.
Ao longo de 12 meses esse condutor desenvolvia a sua
condução, sentindo a necessidade de a praticar de acordo com a aprendizagem
adquirida em escola de condução (actualmente
isso não acontece).
findo esse ano, o condutor estagiário,
apresentar-se-ia a exame prático de condução, já com 12 meses de experiência,
afim de provar ter assimilado as rotinas e os conceitos de condutor.
Desta forma, os novos condutores perseguiriam uma
maior experiência e responsabilidade, capaz de os fazer
enfrentar, não apenas o trânsito real, mas os novos condutores estagiários,
respeitando-os, que lhes surgissem ao caminho.
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