Todos os dias, pela manhã, pelas 7:30
horas da manhã, seja Verão ou inverno, faça chuva ou faça sol, quando passo
naquela estrada a caminho do trabalho, lá vai ele, no seu ritual matutino, calcorreando,
após estacionar devidamente o seu automóvel, aquele senhor de feita idade. Já o vejo naquela caminhada faz tempo.
Segue sempre a mesma vereda, aquele caminho que já lhe conhece os passos, a
passada, a cadência.
Todos os
dias, pela manhã, lá vai ele, num passo que não sendo apático, não é apressado.
É um passo de quem quer manter uma actividade física e iludir a inércia amorfa
e demente para onde o Estado e as suas directrizes o enviaram, quando lhe outorgaram
o tempo da reforma sem o prepararem para o vazio.
O Senhor que
pela manhã vejo caminhar, contrariando um estado gradativo de decadência, fá-lo
determinado e com uma idiossincrasia interessante; debaixo do braço carrega,
ao longo de todo o ano, um chapéu de chuva.
Afinal,
Homem prevenido vale por dois.
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