Parei ao
longo do caminho de terra batida e, por momentos, breves momentos, fiquei
imóvel, petrificado.
Ali, parado,
pensei no caminho que tinha percorrido, do que tinha vivido, sofrido,
aprendido. Pensei nas vitórias, nas derrotas, nos incentivos e nas destrutivas críticas.
Ali, imóvel, senti sangue de suor, lágrimas de raiva escorrerem-me alma abaixo.
O chão
libertava um ácido calor que me consumia a vontade de seguir, continuar a
batalhar e terreno galgar.
Com o olhar
enterrado em memórias passadas, tentei adivinhar o futuro, todavia a natureza
não me concebeu esse condão.
Passaram-se
horas, dias, semanas e eu ali, parado, imóvel no caminho.
Tive vontade
de olhar para trás e perceber. Tive vontade de olhar para trás e analisar. Tive
vontade de olhar para trás e questionar. Tive vontade de me sentar e esperar.
Esperar por mais um dia, por um sinal, por um motivo, por um "sim", por um
"talvez",
por um "não".
Num momento
de reflexão assisti ao filme do caminho. Olhei-o de frente, sem temor. Revivi
momentos de glória, momentos de doce ternura, momentos de elevada dor.
Uma leve
brisa acariciou-me a face e do chão libertaram-se pequenos tornados que
avançaram no caminho.
Olhei em
frente, num olhar profundo, sem fim, sem dor, sem certeza, sem mágoa. Fitei o
horizonte, aquele lugar onde o caminho se funde com as árvores, com os rios, as
montanhas e os mares.
Olhei na
certeza de ir enfrentar mais batalhas, umas fáceis, outras complicadas. Olhei
na certeza de ir conquistar muitas lutas e perder outras tantas. Olhei na
certeza e convicção de que vou alcançar a meta, conquistar grandes momentos.
Enchi o peito
de ar, decidido, abandonei parte da razão, camuflei o coração e a emoção e sem
medo dei o primeiro de milhares de passos que tenho para dar.
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