quinta-feira, agosto 25, 2016
Mapa de vida ou jogo de morte súbita?
O dia em que a nossa mãe nos vai parir, marca a partida para a construção do nosso mapa de vida, peões, num jogo de morte súbita, sem aviso prévio, cegas regras são tão dispares que não é, de todo, possível escrevê-las, mas apenas as descrever ao longo do mapa que representa o tabuleiro de jogo.
Cada passo é autorizado, por vezes não, pelos dados que lançamos, em busca da nossa sorte. Há, quem ao longo do jogo, faça batota e tente trapacear os outros; e há quem o consiga fazer na perfeição.
Calcorreamos o caminho, vamos construindo o mapa que nos representa, escrevendo as regras da nossa história, montando os capítulos de um livro cujo enredo é, por vezes, tantas vezes, uma incógnita, um segredo até, para o protagonista.
Os dados são lançados na data da procriação; a nossa história deveria começar aí. Mas depois surgiam os problemas das crias que, tendo nove meses de gestação, por interesses sociais localizados, nasceram com sete. Ao longo de todo esse tempo há todo um historial de ocorrências comuns que ficam fora do curriculum de vida - são os pés nas costelas das mães, os pés no estômago - que a faz vomitar -, assim como tantos outros disparates.
O nosso mapa começa a ser desenhado aí, mas na realidade só nos consideram jogadores no momento da partida, quando somos paridos.
Os dados da sorte,em algumas vezes, fazem-nos caminhar mais lentamente, outras vezes obriga-nos a correr de forma desenfreada. E quando nos sai um "doze" ficamos bastante satisfeitos, pois olhamos para aquela sorte como a oportunidade de destaque, avanço; mas quando a sorte dita apenas "dois", "um" mais "um", uma tristeza invade-nos, um sentimento de frustração, de atraso na progressão, de entrave.
"Um passo de cada vez e bem firme" - ou ainda - "Não corras muito que podes não conseguir acompanhar a passada e cair. E depois da queda é sempre mais difícil a recuperação." - E deveria ter razão.
Por vezes sai "doze" e quando lá chegamos a surpresa é demolidora - recue até à casa "25". O quê? Mas estávamos na casa "61". E tantas outras vezes passo-a-passo, caminhando calmamente, resolvendo os enigmas do jogo, somos surpreendidos com um momento de felicidade, porque no nosso passo-a-passo somos presenteados com uma casa que nos informa que devemos avançar dez casas; progredimos.
Cada passo é uma peça do puzzle do mapa que vamos montando. Um jogo onde participamos, mas do qual não sabemos onde termina, onde tem o seu final, a última casa. Podemos sempre conjecturar, por aproximação, onde possa estar o fim, mas nunca sabemos se, ao longo do caminho, não somos surpreendidos com a morte súbita, porque calhou-nos a casa que a justifica... e ficamos fora do jogo!
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