domingo, março 22, 2020

Ensaio sobre o Amor - 1 - Introdução


Introdução


                A vida é um puzzle de experiências, vivências, opções, alegrias, frustrações, contendas e avidezes. É um caminho nem sempre plano e por vezes replecto de obstáculos e amarguras, os quais teremos de enfrentar, em tantas ocasiões, de braço dado com quem nos quer corroborar e ajudar a conquistar o trilho; outras vezes sós. Existem momentos ao longo do caminho onde a escuridão é total, não vislumbramos soluções, convencemo-nos que estamos perdidos e equacionamos a desistência ao caminho, à luta. Alguns fazem-no!

            O deserto será sempre um campo sem esperança que antecede um oásis pleno de oportunidades, exultações e grandes conseguimentos. E quem atravessa a sua secura, maior valor dará e melhor apreciará a água que venha a saborear e a fruta que chegue a degustar.
            Após as curvas da estrada, lá mais adiante, quando errarmos o caminho, haverá sempre uma rotunda, uma nova oportunidade para escolhermos um novo rumo, uma nova esperança; de que vale tentar remediar a metade do caminho do engano anterior, num local sem a segurança apropriada?
            A vida é um puzzle que não chegamos a cessar, pois pelo caminho ficam veredas de peças dispersas que nunca ninguém vai encontrar.
            E quando pensamos que estamos a navegar por águas serenas, porque assim as queremos contemplar, revoltosos mares se avivam, enormes tormentas nos cercam e quase nos afogamos; alguns afogam; alguns naufragam e quase deitamos tudo a perder; alguns deitam!
            Aprendi que, mesmo quando a vida nos apaga a luz e nos priva do nosso suporte emocional, fragilizando-nos e colocando-nos em situação de maior vulnerabilidade, devemos erguer a cabeça e, ainda que a custo, fazer das nossas fraquezas forças, olhar o touro de frente, olhos nos olhos, e lutar de igual para igual, mesmo que outros nos cogitem de modo diferente e não percebam a nossa força e determinação.
            Nem sempre tudo acaba bem, mas termina melhor do que se ficássemos sentados, de braços cruzados, a chorar e a lamentar o que nunca fizemos.

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