quarta-feira, outubro 28, 2015
Poderei algum dia ser rei?
Não daqueles que usam coroa, ou fazem que usam. Não daqueles que sem saberem o por quê, mandam decapitar a razão ou a contradição dos seus propósitos, não daqueles que não sendo, se julgam ser.
Poderei algum dia ser rei?
Um rei a valer. Um rei daqueles fortes, não de músculos exuberantes, mas de palavras incisivas. Um rei capaz de mandar dar de comer aos pobres e deixar falar os mudos, não aqueles que não podem falar, mas os que não deixam falar.
Poderei algum dia ser rei?
Um rei dos filhos, dos netos, dos amigos. Não um rei de coroa ou alteza de cadeirão. Mas sim um rei, sim, destes de letra minúscula, mas que nas suas palavras se torna maiúsculo. Um rei de amigos. Não o de umbigo pequeno, mas o de mesa farta e braços grandes.
Poderei algum dia ser rei?
Um rei que deixe um legado de amizade, valores, paixão. Não um rei de trono curto e perna torta. Não um rei de coroa falseada em esmeraldas de vidro que se partem e esfumam no ar.
Poderei algum dia ser rei?
Um rei de reino pequeno, sem coroa, sem vaidade, sem ganancia, arrogância ou proa. Um rei que saiba caminhar, conheça os passos que tem de dar e principalmente um rei que não pise os seus iguais ao passar. Um rei humilde a amigo, conhecedor dos seus reinantes e que possa, num amplo partilho partilhar o espaço ao seu redor, com outros reis a reinar.
Nos meus escritos sou rei. Sou um rei de caneta na mão, onde despejo os sentimentos, as paixões, a imaginação. Sou um rei onde o meu reino è na folha que rabisco a minha emoção.
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