É execrável e de uma cobardia extrema o que aconteceu em Nice. Atacar à má fé um conjunto de pessoas, de tantas e diferentes idades, que festejavam, alegremente, em comunidade, um dia de festejo local.
É abominável tal postura e intolerável que, num país que se encontra em nível de alerta tão elevado, permitissem as autoridades a presença daquele veículo naquele local, tanto tempo, tão disponível, sem uma averiguação capaz de dissipar qualquer eventualidade.
Jamais alguém poderá jubilar o ocorrido. Jamais alguém que tenha uma coisa no seu mais íntimo sentimento; humanismo! Alguém que saiba olhar para um ser vivo como um bem intocável, de valor incalculável.
Mas aconteceu; aconteceu que existe quem não saiba o que são sentimentos de fraternidade. Aconteceu que houve alguém que planificou, planeou, desenvolveu e protagonizou um ataque desprezível contra a Humanidade. Alguém que deliberadamente se atirou sobre uma multidão desprotegida, com velhos e crianças, numa mortandade atroz.
E todos temos de nos levantar numa só voz que será, certamente, insuficiente para que nos oiçam, pois o Monstro é anónimo, representa-se no mais insuspeito ser, surge do nada, do vazio e faz enormes estragos, para depois, em desfastio consagrar o feito e com ele fazer despertar o ódio, o rancor, a raiva, o desprezo, a angustia e a cólera que leva à vingança, à destruição, ao conflito, à guerra entre povos.
E um ataca o outro vindo das trevas e fazendo-se anunciar e o outro ataca um na volta do acontecimento e o um volta a ser atacado pelo outro e jamais esta ira vai terminar; pensar-se nessa realidade é uma utopia bárbara.
Mas olhando para o que aconteceu em França no último ano e meio, com o Charlie, o Bataclan e agora Nice, olhando de uma forma fria, não será tudo isto reflexo de um assoberbado racismo e estado xenofóbico bastante conhecido proveniente de grande parte do povo da terra da baguete?
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