Verão é sinónimo, infelizmente, de época de incêndios e tudo o que tal fenómeno implica, também, no meio rodoviário. São os fumos, as labaredas, a intensidade de trânsito própria do Verão incrementada com o surgimento de mais viaturas diferentes, no comportamento, das que normalmente circulam na via.
A época oficial de incêndios coincide, habitualmente, com a época de férias de grande parte da população portuguesa e respetiva população emigrante no retorno, ainda que temporário, ao país de origem. Tal, faz com que o trânsito que ocorre nas vias não urbanas, mas também urbanas - como se pode ver, infelizmente, na Ilha da Madeira - aumenta exponencialmente, criando maiores dificuldades a quem utiliza essas vias.
Um trânsito diferente
Quando chega a época do ano, teoricamente, mais quente e conhecida como época de incêndios, a quantidade de viaturas de bombeiros que circulam nas vias de trânsito são mais elevadas e proporcionam riscos acrescidos, muito devido ao estilo de condução que é desenvolvida pelos condutores dessas viaturas; não os podemos recriminar, é certo, mas podemos alertá-los para o perigo que criam.
Esses veículos circulam sempre, ou quase sempre, numa direção certa, a direção onde se desenvolvem os incêndios, ou seja, o teatro das operações. Se até aqui não há grande problema, aparentemente, uma vez que essa condução diferenciada, ainda que sujeita a algumas regras, pode estar, de certa forma, fora da condução tradicional, ou seja, ausente de algumas normas, o facto de os demais condutores não estarem formados para o surgimento súbito de um automóvel pesado de bombeiros a uma velocidade, por vezes, inapropriada, faz, em muitas situações, com que a reação dos condutores não se enquadre com a segurança rodoviária desejável.
Se a esta realidade associarmos o facto de, nas proximidades do incêndio haver uma elevada quantidade de fumo, muitas vezes variável na sua direção e intensidade, faz com que muitos condutores, achando-se uns "super-condutores", desenvolvam, também eles, conduções inapropriadas.
Cuidados a ter em atenção em época de incêndios
Se vai conduzir, seja no seu local habitual de movimentação, seja num outro qualquer local para onde se tenha deslocado durante as férias, saiba que, nesta época de incêndios, deve estar especialmente atento ao surgimento de incêndios na zona onde se movimenta, uma vez que o caos no trânsito vai ser superior, mais caótico e sujeito ao surgimento de veículos diferenciados e em velocidade mais elevada.
O facto de passar a ter menor visibilidade, devido à presença de fumos, deve fazer com que evite a circulação nas proximidades das zonas afetadas. No entanto, sempre que tal aconteça, acenda as luzes de cruzamento e faça-se ver.
Na eventualidade de se encontrar a viajar, tenha em atenção o facto de poder vir a estar envolvido numa situação de bloqueio de circulação devido a incêndio; faça-se acompanhar, sempre, de alguma quantidade de água, uma vez que o calor e o tempo de espera pode provocar desidratação.
Se perceber a aproximação de um veículo a assinalar a marcha de urgência, saiba que tudo deve fazer para facilitar a circulação e passagem célere do mesmo, mas não se esqueça que "tudo" não implica desrespeitar as normas de trânsito e segurança rodoviária a que está obrigado a cumprir. Procure deixar algum espaço para que esses veículos circulem.
Cuidados a ter por parte dos condutores de viaturas de bombeiros
Como verificamos noutro post anterior, os condutores de veículos em emergência e missão urgente de socorro têm regras pelas quais se devem reger. Sabemos que em situações de incêndio é, por vezes, difícil de controlar o impeto e o estado adrenalínico em que se encontram, mas devem perceber que, também eles, estão expostos às armadilhas que os incêndios lhes prepara.
Deste modo, existem alguns pontos que devem ter em consideração;
1 - Nos teatros de incêndio pode dar-se a situação de andarem a circular diversas corporações de bombeiros, cada uma com as suas sirenes ligadas, o que causa alguma confusão, não apenas aos demais condutores, mas aos próprios bombeiros também.
2 - Devem os condutores de veículos de combate a incêndios que a velocidade deve ser adequada à visibilidade - má - que o fumo proporciona, para que não sejam apanhados de surpresa com a existência de uma curva, onde poderão julgar que exista uma reta.
3 - Em circulação dentro ou no atravessamento de localidade, percebam que o espaço, muitas vezes, é estreito e a existência de outros condutores poderá dificultar a progressão. Também a própria via - sua constituição - vos pode alterar o centro de gravidade do veículo, que raramente anda com os tanques cheios.
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