A questão dos gémeos é algo que sempre me deixou bastante pensativo... dois, três segundo, no máximo!; no sentido em que, dos gémeos que conheço, todos batem mal da caixa dos piolhos... todos, sem exceção!
Ter gémeos não será propriamente fácil para uns pais que, querendo ter um filho, se deparam com dois; dobro das despesas, dobro do trabalho, dobro do espaço necessário para o transporte de toda a parafernália de material que um bebé requer nas suas deslocações e, o dobro dos choros e do tempo de noite mal dormido.
Mas a grande questão está pela ocasião de as crianças irem para a escola, ou para o infantário. Mas antes disso, uma reflexão; todos sabemos que os gémeos têm uma ligação, entre si, muito forte. Muitas são as histórias ou relatos de gémeos que se encontram separados de largos quilómetros e ainda assim se mantêm unidos de uma forma ainda, realmente, por explicar.
Os gémeos tem sempre um dominador e um que, mais do que dominado, se deixa, propositadamente dominar, para que o seu igual não se sinta deslocado, isolado, perdido; conheço alguns casos. O grande problema disto, é que mais cedo ou mais tarde, um deles, normalmente o que se deixa dominar, vai acabar por sofrer de consequências emocionais que irão, de alguma forma, prejudicar a sua vida social, familiar e pessoal.
E é aqui que devem entrar os pais e as entidades educadoras. Em Portugal, os pais, acham engraçado vestir os gémeos de igual, fazê-los fazer actividades iguais, etc... Quando vão para a escola, a instituição de ensino coloca-os a frequentar a mesma sala de aula, não aproveitando a oportunidade para os separar e os fazer crescer, independentes, quebrando aquele cordão umbilical que os impede de serem livres. E isso faz com que, ao longo do período escolar haja uma força de bloqueio que não os deixa expandir a sua sociabilidade e maturidade.
Em Espanha o sistema de ensino é bastante diferente. As criancinhas, irmãos gémeos ou não, quando dão entrada no sistema de ensino pré-escolar, são colocados em salas diferentes, em turmas diferentes, com pessoas diferentes, "obrigando-os" a crescerem por si mesmos, não se escondendo atrás de irmãos ou sub-jogando-os a um jogo perigoso de sociabilidade e crescimento mental. Deixa de haver manipulador e manipulado. Deixa de haver um isolamento duo, permitindo desta forma que um cresça e que o outro se obrigue a crescer.
Assim, continuo a não perceber da razão dos pais não insistirem para que na escola os seus filhos gémeos sejam separados, assim como não percebo porque não impõe a escola essa regra, ajudando as crianças a se tornarem mais independentes e sociais.
Se há psicólogos que defendem que a separação pode prejudicar o desenvolvimento das crianças, também os há que essa separação os vai ajudar a se tornarem mais independentes, atingirem uma maturidade adulta mais cedo e dessa forma se prepararem para um futuro mais equilibrado, emocionalmente.
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