quinta-feira, setembro 24, 2015
Migrantes da sua própria arrogância e ignorância
Segundo a definição de diversos dicionários portugueses, "Migrante" é aquele que muda de região dentro do próprio país ou mesmo de país. É o movimento, que pode ser de massas, como se vê actualmente com os migrantes que vêm da Síria, do Líbano, da Palestina e outros países mais, rumo à Europa, em busca de uma vida melhor.
Europa que se diz unida... sim, unida! União Europeia.
A verdade é que esta União Europeia, como lhe chamam os timoneiros, aqueles que sentados ao leme conseguem levar a nau a navegar ao sabor da boa correnteza, numa postura altiva, prepotente e cega. Esta União Europeia é sim unida nessa correnteza, assim como todos nós, marinheiros de uma nau à deriva, sem que nos apercebamos que tal assim é, até a maré virar e os timoneiros, aqueles altaneiros, lá no seu posto de comando nos dizerem que, com a maré contra, não sabem navegar.
Olhamos os migrantes de sul, levantamos-lhes barreiras, criticamo-los e esquecemo-nos que também nós somos migrantes de verão, quando nos deslocamos dentro do nosso país, nas mais diversas direcções e quando, nas décadas de quarenta, cinquenta e sessenta saímos em massa, tal como acontece hoje, para outros países não apenas da Europa, mas do Mundo.
Se os migrantes de sul fogem de uma guerra militar e civil, de guerras étnicas e xenófobas, nós, do sul da Europa, nomeadamente os portugueses, fugimos de uma ditadura, para França, essencialmente e hoje fugimos de uma guerra social, financeira e económica, migrando em massa, para países do norte da Europa, essencialmente.
E ao longo deste processo todo, onde está a nossa suposta compaixão pelos povos sofredores? Ah, já sei! Apenas está quando eles estão longe e não nos incomodam. Assim podemos montar todos os movimentos de solidariedade, porque fica bem socialmente. Mas se eles vêm ter conosco, montamos muros, não de betão, como outrora se fez em Berlim, mas sim de arame farpado, homens armados e condições xenófobas.
Esta Europa, ou melhor, esta União Europeia, não passa de uma farsa de tamanho descomunal onde, quando tudo está bem é fácil de gerir, mas quando algum problema social, essencialmente, porque militar ainda não foi conhecido, mais ou menos, pois podia falar dos aviões russos que a sobrevoaram e a espiaram, mas social, as coisas complicam-se e, para além de não se conseguir um consenso de actuação, constata-se que não existe um plano de acção num pressuposto acontecimento futuro.
Resta saber o que farão os países do sul da Europa, quando a peste, aquela de que os leitores, os mais dois, para além de mim, se estão a rir deste meu devaneio, surgir e se disseminar nesses países como Inglaterra, Noruega, País de Gales, etc... certamente esta União Europeia irá erguer muros e obrigar que os migrantes provenientes desses países morram.
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